quinta-feira, 20 de setembro de 2018

O Traje – composição e praxis

Caloiro trajado - foto do Notas & Melodias
O traje académico nacional é um uniforme funcional e económico para uso diário (facultativo) de qualquer estudante do ensino superior, do caloiro ao veterano.[1] Aliás, antes da abolição da obrigatoriedade do seu uso em 1910, todos os estudantes universitários eram obrigados a usá-lo para ir às aulas.[2]
O caloiro não tem de trajar pela primeira vez na Serenata.[3] Pode trajar quando bem lhe apetecer. É um direito inerente à sua condição de estudante. O Traje é Traje Académico e não traje praxístico, sendo apenas o uniforme estudantil.[1][2] Defender o contrário é anti-Praxe.[2] 
“Eu, por exemplo, enverguei uma batina no dia em que cheguei a Coimbra, pus-lhe por cima uma capa – e capa e batina foram elas, que me fizeram a formatura!” (In Illo Tempore).[2][4]
Text Box: Traje Académico Feminino:[1]
• Capa preta;
• Casaco preto;
• Saia preta travada;
• Gravata preta;
• Camisa branca;
• Meias pretas (antigamente cor de pele – ver história do traje)
• Sapatos pretos de formato simples;


Text Box: Traje Académico Masculino:[1]
• Capa preta;
• Batina preta de formato não eclesiástico;
• Calças pretas;
• Colete preto (facultativo);
• Gravata preta;
• Camisa branca;
• Meias pretas;
• Sapatos pretos;






Pode ser usado um gorro (facultativo), sem borla ou bico.[1] O uso do colete é opcional.[1]

QUANTO AO USO CORRECTO DO TRAJE ACADÉMICO:
·         Quando se usa a capa pelas costas, esta deverá ter algumas dobras no colarinho[1]. O número de dobras fica ao critério do estudante.[1] Há quem dê consoante o número de matrículas, há quem dê pela faculdade, sendo que vários códigos de praxe abordam esta temática procurando arranjar normas para este tema. No entanto, NÃO há qualquer fundamento para se exigir um qualquer número de dobras. A Praxe nada preconiza relativamente a esta questão. Sois livres de dar as dobras que quiserdes dar;
·         A capa pode e deve ter colchetes no colarinho para apertar em caso de luto![1] (A moda de os retirar é recente e não tem qualquer fundamento histórico. As capas sempre tiveram colchetes);[1]
·         Há 2 alturas em que a capa se tem de traçar obrigatoriamente: Serenata Monumental e Trupes; [5]
·         EM LUTO, a batina deve ter as abas fechadas e a capa deve estar caída pelos ombros (sem dobras) e com os colchetes apertados (caso a capa os tenha).[1]
·         A capa pelas costas SEM DOBRAS usa-se em momentos solenes ou em que se deve mostrar respeito (inclusive numa missa).[1][5]
·         Pode-se usar a capa ao ombro. Também há relatos de outros usos caricatos da capa.[5] O que a Praxe estipula é que na Serenata e em trupes ela esteja traçada e que em momentos solenes se apresente pelas costas sem dobras.[5] De resto é à vontade do estudante (com o devido respeito pela capa...).

RASGÕES NA CAPA:
Podem ser feitos por quem quiserem, o número de vezes que quiserem.[1] No entanto, é fundamental que a capa não fique arruinada e perca a sua função principal: protecção/agasalho[1][5] (contra o frio e chuva). Ademais deverá ser possível traçar a capa em condições![1]

EMBLEMAS:
Cosidos sempre do lado de dentro da capa, não devendo estar visíveis quando a capa estiver traçada ou pelas costas.[1]
A Tradição Académica não estipula nenhum número mínimo, máximo ou obrigatório nem ordem de colocação de emblemas.[6] No entanto, os emblemas, caso o estudante os queira colocar na capa, deverão ser da cidade/país de origem, cidade/país onde cursa, faculdade/instituição frequentada, curso onde está ou esteve, instituições a que pertence dentro do estrito âmbito académico, de países/cidades e instituições visitadas em representação oficial académica.[6] Ou seja, os emblemas deverão pertencer estritamente ao âmbito académico e tradicional.[6]

PINS NA LAPELA:
Têm a sua origem no foro militar, sendo usados pelos estudantes militares que ingressavam nas universidades portuguesas e que usavam o seu uniforme militar, ao invés da capa e batina, sobre o qual usavam uma capa ou gibão.[7]
O seu uso no meio académico foi por cópia destes estudantes, não tendo por base nenhuma tradição regional.[7]
“Por conseguinte a metalurgia de lapela foi uma apropriação/invenção divulgada por alunos que tinham sido militares ou gostavam das cerimónias paramilitares da Mocidade Portuguesa e da Legião Portuguesa.”(A. Nunes)[7]
Secundum praxis e respeitando a tradição, apenas se pode usar 1 pin na lapela.[7] Esse pin deverá ter o logótipo da Instituição ou Faculdade (também pode ser do curso se este tiver no seu desenho o logótipo da Universidade/Instituto).[7]

I n Illo Tempore, Estudantes, lentes e futricas. Livraria Aillaud & Cª. Paris-Lisboa,1902 [4]


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